domingo, 19 de julho de 2015

MEU FILHO TÊM UM PROBLEMA!




Nem sempre é birra ou teimosia. As mudanças de comportamento de crianças e adolescentes podem ser os primeiros sinais de sérios transtornos psicológicos. Zero Hora conversou com pais e especialistas para conhecer um pouco sobre os distúrbios mais comuns e preocupantes nestas faixas etárias, suas manifestações e possíveis tratamentos.  

Os pais de Daniel* não conseguem acompanhar o ritmo do filho. Em casa, o menino corre de um lado para o outro. Na escola, dificilmente termina uma tarefa. Antes considerado agitado, hoje, com 10 anos, ele tem o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Já a mãe deFernanda* sofre na hora de fazer as refeições com a filha. A menina de 16 anos, que tanto gostava de pizza, desde os 12 não come uma fatia. Nem uma colher de arroz, muito menos de feijão. Antes chamada de teimosa, hoje luta contra a anorexia. Enquanto isso, a mãe de Felipe*, 11 anos, é chamada frequentemente na escola pelos acessos de raiva do filho. E em casa, a preocupação não diminui. Ela nunca sabe o que esperar do menino de 11 anos, que ora está falante e agitado, ora se refugia no quarto para chorar. Felipe sofre de Transtorno Bipolar. 

Histórias como as deles são mais comuns do que se imagina e retratam uma entre tantas angústias de pais de crianças e adolescentes com transtornos psicológicos. Muitas vezes, por esses problemas não serem corretamente diagnosticados, prejuízos físicos e emocionais podem ser levados para outras etapas da vida. 

Nesse período, a linha que separa os diferentes distúrbios é mais tênue do que na idade adulta, levando os pais a terem dificuldade em perceber o problema que o filho enfrenta. Uma criança depressiva, por exemplo, pode, além de ficar triste e chorosa, ser extremamente irritada. Já aquelas que sofrem de transtornos alimentares podem, além de se recusar a comer, mudar constantemente de humor e ter surtos de agressividade. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência mundial desses distúrbios na infância e na adolescência chega a 20%, podendo levar a quadros mais graves, como o suicídio. Muito mais do que teimosia ou rebeldia, essas atitudes são manifestações de labirintos na mente dessas crianças que, ao longo dos últimos anos, vêm sendo mapeados por cientistas na busca de diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes. 

Ao longo desta série, por meio do depoimento de pais, você irá conhecer a história de jovens entre nove e 16 anos diagnosticados com diferentes transtornos e conhecer um pouco mais sobre estes distúrbios. 
*A pedido das famílias,os nomes são fictícios. 
** Os desenhos que ilustram esta reportagem foram feitos pelas crianças e adolescentes que têm suas histórias relatadas
Fonte: ZEROHORA

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